Dengue: uso do Fumacê pode causar efeito contrário ao desejado e está proibido pelo Ministério da Saúde

A prática conhecida como Fumacê que foi largamente utilizada para o controle da dengue nos municípios, não é mais permitida pelo Ministério da Saúde. Segundo o Ministério Foi comprovado que o fumaçê é pouco eficiente no combate ao Aedes Aegypti, transmissor da dengue, além de causar danos ambientais, como a eliminação de abelhas e outros insetos benéficos ao homem.

Segundo a SUCEN – Superintendência de Controle de Endemias do Estado de São Paulo, um dos motivos porque se controla o uso do Fumacê é, justamente, por não ser a estratégia mais eficiente. O inseticida mata o mosquito adulto apenas se estiver voando, se atravessar a fumaça e se o vento não estiver muito forte. O que representa, na prática, uma parcela muito pequena da população total de vetores. Isso porque, normalmente, o mosquito se esconde na cortina, debaixo da mesa ou da cama, locais onde o Fumacê não vai atingir.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, há evidências de que o malathion, veneno utilizado no fumacê, causa câncer em animais, efeito ainda não confirmado em seres humanos, mas que merece atenção e cuidado. Além disso, novas gerações de mosquitos já seriam mais resistentes ao veneno, obrigando o reforço da dose ou o uso de outras substâncias ainda mais tóxicas.

Além disso, a nebulização causa riscos para a população mais vulnerável, para as águas, os alimentos e o desequilíbrio ecológico causado pela mortandade de outras espécies.

Cientistas observam ainda, que o uso de carros Fumacê com bastante frequência pode resultar um efeito inverso e, em vez de eliminar o mosquito, pode contribuir para que ele fique resistente à ação do veneno e, com isso, se torne ainda mais difícil o combate aos vetores da doença.

Questionada sobre o uso do fumacê, a Diretoria Municipal de Saúde de Itajobi esclareceu que chegou a ser solicitado para a SUCEN a sua utilização, uma vez que somente a Superintendência possui equipamentos para sua realização. “Por conta da proibição do Ministério da Saúde, a SUCEN negou o nosso pedido”, afirmou Elaine Ruggeri, Diretora de Saúde do Município.

 
Prevenção

A melhor forma de se evitar a proliferação de pernilongos e do mosquito Aedes Aegypti é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para sua criação. Para isso, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros, ou seja, todos os materiais que podem facilmente ser retirados e eliminados enquanto potenciais criadouros.


Fonte: Ministério da Saúde