Ibama investiga morte de tartarugas raras encontradas em Matinhos, orgão não descarta a pesca predatória como causa



Sete tartarugas-de-couro, conhecidas como tartarugas gigantes, foram encontradas mortas nas últimas duas semanas no Litoral do Paraná. Somente ontem (22), três animais da espécie extremamente ameaçada de extinção foram encontradas encalhadas em praias do Estado. O Ibama foi notificado e deve investigar as causas da ocorrência incomum na região. Maior espécie em todo mundo, a cada mil filhotes de tartaruga de couro que nascem, apenas um, em média, chega à vida adulta, medindo até 2 metros de comprimento e 500 quilos.

 A bióloga Camila Domit, do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná, acredita os animais tenham sido atraídos para perto da costa paranaense por correntes marítimas mais quentes e se depararam com grandes embarcações de pesca.

 Órgãos ambientais de São Paulo e Santa Catarina também encontraram tartarugas mortas nessas últimas duas semanas de novembro. Além da tartaruga gigante, outra espécie também tem sofrido com o encontro com pescadores.

 Essas embarcações de arrasto e pesca industrial devem ser registradas e ordenadas pela Secretaria Especial de Pesca, junta a ministério brasileiros, e acompanhadas pelo Ibama, Polícia Ambiental e Instituto Ambiental do Paraná. O registro da pesca é feito por associações e agremiações nacionais. Camila Domit explica que ainda falta integração entre órgãos ambientais e produtivos.

 Cada tartaruga gigante leva 20 anos para crescer, em média. Os sete animais mortos encontrados no Paraná vão passar por necropsia. Em um dos animais, a equipe do Centro de Estudos do Mar já encontrou plástico no início do sistema digestivo, o que indica que o animal se alimentou de lixo no mar. As tartarugas gigantes foram encontradas na Praia de Coroados, em Guaratuba e ao longo da orla entre Matinhos e Pontal do Paraná.

 Duas estavam em estado avançado de decomposição, o que dificulta o exame da causa da morte. Uma tartaruga de couro que costumava depositar ovos em Pontal do Paraná foi encontrada morta em 2015 após ficar presa em uma rede de pesca. O animal depositou ovos em Pontal por três anos seguidos.

Reportagem: Narley Resende

Fonte: Band News Curitiba